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A mostrar mensagens de junho, 2010

Um nome escrito na areia

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Escrevi um nome na areia e ele lá ficou, como quem não queria a coisa. As ondas podiam ir, podiam voltar, podiam também cantar no silêncio daquela praia, mas lá se mantinha, sem que o mais ínfimo grão de areia se mexesse para o alterar, deformar, ou até mesmo apagar. Ainda hoje ele se deixa viver, assim, como outrora decidira fazer. Talvez quando o sol se puser as cortinas do palco se fechem no meio de todo este teatro. Aí, as ondas elevarão a sua melodia num silêncio que no momento se tornou eternamente completo. Aí, o nome apagar-se-á, como uma personagem cujo fim foi determinado pelas mãos do escritor.

Só queria estar, nada mais

Não quis chorar, não quis sorrir, Apenas desejei estar quando não ambicionava sentir. A indiferença era um caminho fácil, Ou pelo menos parecia Quando nada restava, Quando a ferida crescia. Uma probabilidade ? Uma ilusão? Era a única hipótese que abraçava a mão, Quando nada mais existia, Assim que tudo o resto morria. Aos que conseguem ver com indiferença alguém que outrora fora importante por mais forte que seja a dor causada por isso.

Algo que já foi mais simples

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Quando eu era pequena tinha muitos sonhos. Ingénuos, cómicos, delirantes, improváveis até na sua maioria. Contudo, com o decorrer do tempo, a maior parte desses sonhos não se concretizou, simplesmente porque deixaram de fazer sentido ou porque foram substituídos por outros um pouco mais providos da probabilidade de acontecimento. Naquela altura, vivia como calhava, passo a expressão! O facto de esses sonhos se realizarem ou não, era completamente indiferente pois haviam sempre novas brincadeiras, novos momentos e novas invenções características das crianças que me fascinavam e nas quais eu focava toda a minha atenção. Os momentos eram vividos intensamente e desfrutados um a um, como se o sonho fosse o presente e não a perspectiva de um futuro. Hoje não é assim. As coisas mudaram um pouco, um pouco que não é muito mas que altera tudo. Continuo a sonhar, como é óbvio, assim como qualquer outra pessoa o faz, já que os sonhos são aqueles que comandam a vida, tal como um dia alguém se lem

"À minha maneira"

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Já não faz qualquer sentido. Agora, é à minha maneira.

Cartas

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Hoje vou escrever-te uma carta com palavras bonitas. Hoje vou relembrar apenas os bons momentos que passei contigo. Hoje vou pensar num ontem para poder encontrar a felicidade de um amanhã. À Estrelinha mais brilhante.

Coisas que os macacos e companhia não percebem

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Primeiro afecta. Só depois magoa e posteriormente dói. Mas a vida é isto mesmo, um caminho cheio de feridas, um caminho feito por um corpo saturado, torturado e espezinhado até ao último momento. As feridas são feitas de erros: os erros voluntários de um alguém, os erros involuntários de toda a gente e os nossos próprios erros, sejam eles de que natureza forem. Contudo, seria de esperar que as feridas não fossem todas iguais, que os erros fossem completamente diferentes e que o coração humano fosse susceptível a uma mera, simples e constante aprendizagem. M as as coisas nem sempre se processam desta forma, ou melhor, na maioria das vezes as coisas não se processam desta forma! Errar é humano, toda a gente sabe isso. Erramos uma, duas e três vezes, até mais se for possível. Erramos mas nem sempre aprendemos, pois voltamos a cometer o mesmo erro sem hesitar, sem nos preocuparmos com um "eu", ou até mesmo com um "eles", e ignorando o facto de nos podermos magoar ou de

Coisas da idade

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A idade já cansa. O coração bate suave e vagarosamente, a respiração vai e volta de forma monótona e lenta, as rugas tomam contam de uma pele que outrora fora suave e os cabelos perdem a sua cor natural passando a ser invadidos pelo branco da sabedoria. Enganam-se aqueles que pensam que o ser e o parecer são verbos que conjugam uma mesma acção. Embora o tempo não deixe de evidenciar uma longa existência, embora a idade amachuque e embora o corpo comece a ceder, o coração, esse, permanece mais vivo do que antes, mantém-se mais alegre do que nunca. Unicamente os que já viveram uma diversidade de momentos sabem apreciar o verdadeiro sabor da vida e somente esses têm a vontade de ficar, de permanecer, de recordar, de ensinar, de aprender e de descobrir. No final, só um vence e apenas ele reina. Um dia o corpo ganhará, o coração cederá por ele e o tempo permanecerá na eternidade encoberto pela profunda solidão. A todos aqueles a quem nem mesmo o tempo roubou a vontade de viver.

Assim

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Todos os diálogos, mesmo que mudos, têm um fim. Não sei se a vida se divide em capítulos, em fases ou em épocas, nem ocasionalmente equaciono a hipótese de a vida se repartir em qualquer outra coisa. Apenas tenho a breve noção de que algo se começa agora a fechar. O meu único desejo é que sejas tão feliz como eu vou ser, porque o mereces mais do que qualquer outra pessoa. A alguém muito genuíno.