Um nome escrito na areia
Escrevi um nome na areia e ele lá ficou, como quem não queria a coisa. As ondas podiam ir, podiam voltar, podiam também cantar no silêncio daquela praia, mas lá se mantinha, sem que o mais ínfimo grão de areia se mexesse para o alterar, deformar, ou até mesmo apagar. Ainda hoje ele se deixa viver, assim, como outrora decidira fazer. Talvez quando o sol se puser as cortinas do palco se fechem no meio de todo este teatro. Aí, as ondas elevarão a sua melodia num silêncio que no momento se tornou eternamente completo. Aí, o nome apagar-se-á, como uma personagem cujo fim foi determinado pelas mãos do escritor.