Das Férias Num Segundo Perdido
Foram umas férias num segundo perdido, pois não existiu um relógio capaz de nos dizer para parar, para não viver da melhor forma que o saber nos deu. E é neste contexto que posso dizer que estas duas últimas semanas atingiram o melhor da minha vida. Sei que tenho ainda 18 anos e que não sou ninguém para falar de traquejo no que remete para a diversidade de experiências, mas sinto-me no direito de gritar aos sete ventos o quão agradável foi existir nestes últimos tempos. Cada um tem de agarrar aquilo que lhe resta.
Passaram os dezasseis dias em que estive por conta própria, sem ter de dar qualquer tipo de explicações sobre os meus desejos súbitos de acção, a viver livremente para aproveitar tudo aquilo que a Póvoa de Varzim teve para me oferecer. Além disso, junto de mim tive algumas das pessoas mais importantes da minha vida, que me ensinaram a usufruir dos momentos de formas bem mais interessantes, fazendo da diversão a melhor companhia para a passagem do tempo. A maior parte dos amigos que estiveram presentes, conheço desde os tempos da primária e, no entanto, percebi que ainda havia muito para descobrir sobre eles- manias, defeitos e qualidades que apenas se dão a perceber durante uma estadia debaixo do mesmo teto.
Na memória guardarei para sempre o acordar atribulado; a desarrumação da sala pela manhã, por entre cobertores e lençóis; as refeições confusas; a dificuldade para tomar banho, dado o elevado número de pessoas; o leite quente sempre que chegávamos a casa; os sonos com interrupções de gente que não os desejavam; os dias de praia com algumas doses de vento e jogos de voleibol à mistura; as noites passadas nos puffs, do café sem nome, a jogar com palavras para entrar na nave; o sabor do whisky que tive de beber por conta de um jogo de cartas e a má disposição que a ele se seguiu; as horas de dança até de madrugada; os filmes de terror, que viraram comédia ao serem vistos pelas nossas mentes ensonadas; os passeios matinais pela cidade; os waffles de chocolate e morango; as risadas perante as partidas das tribos; as conversas que tivemos; os passeios de bicicleta; as compras improvisadas, por uma questão de sobrevivência; a liberdade que senti ao escrever à beira-mar; a cor do sol ao nascer e ao adormecer; a frieza do mar durante a noite, ao tocar os nossos pés; o conforto da areia ao sentir os nossos corpos deitados, para que pudéssemos olhar as estrelas de forma melancólica, exemplificando as cenas mais melodramáticas dos filmes de Hollywood; a despedida que quase nos fez acreditar no facto de não vivermos uns perto dos outros. No início, pensei que, ao fim de duas semanas, talvez pudesse estar farta de ter tanta gente perto de mim, mas agora sei que seria capaz de prolongar estas férias, porque em muito contribuíram para eu perceber a sorte que tenho em possuir tantas pessoas decentemente fantásticas do meu lado.
Comentários
é nestas alturas que eu gostava de ser britanica e ter mais uns 10 anos!! ele é tão lindo xDDD