#8 LETTER TO YOUR FAVOURITE INTERNET FRIEND

Escrevo antes que as palavras deixem de fazer sentido, dado que ambos sabemos que assim poderá ser em tempos próximos ou longínquos. É certo que não o desejo, nem tão pouco traço as minhas acções em função desse objectivo, mas é naturalmente racional que tal aconteça.
Quis a coincidência que eu fosse a primeira seguidora do teu blogue e que, a partir daí, começássemos a trocar comentários, posteriormente culminados em longas conversas. Honestamente, devo dizer-te que as primeiras frases via msn foram o suficiente para perceber a quão contraditória é a tua personalidade, ou não tivesses sido capaz de me contradizer tanto em tão pouco tempo, mesmo tendo em conta o facto de não me conheceres de lado nenhum. Claro está que te julguei um pouco convencido e ligeiramente irritante, pelo que, dias depois, acabei por perceber que tinha fracassado na primeira impressão que tive.
Já lá vão uns meses que deixei de contar. Hoje tenho a sensação de que te conheço um pouco e consigo prever as tuas frases e alguns dos teus pensamentos. Podes até nem saber, mas admiro não só a inteligência, as certezas, as opiniões e as insistências que manténs ao defender aquilo que és, mas também a forma como me fazes ver os teus pontos de vista, demonstrando, assim, que estou errada.
Espero que um dia me desculpes por todas as vezes em que não agi correctamente para contigo e que acredites em mim quando digo que gostava que tudo fosse diferente. Talvez aí te possa dizer, em palavras que dêem para ouvir, que me sinto satisfeita por te ter conhecido.

Obrigado pela mensagem de ano novo. Obrigado por me ajudares a perceber que a justificação dos textos é algo bonito de se ver. Obrigado por leres os meus disparates. Obrigado pelo convite para o blogue colectivo. Obrigado por tudo.