Hoje apetece-me fazer algo inútil, posso?
Tudo o que fazemos acarreta sempre, ou na maioria das vezes, um determinado objectivo: conseguir a média para entrar no desejado curso; agradar aos amigos, namorado, pais, sogros e todos aqueles que vierem por acréscimo; chegar a tempo aqui, acolá ou simplesmente não chegar; conseguir dinheiro para comprar um fogão novo; ter gasolina suficiente para chegar ao trabalho; regressar a tempo de comprar os bilhetes para o conserto dos Pearl Jam; tirar a nódoa das calças preferidas do filho; contribuir na luta para o abaixamento dos impostos; etc. Independentemente daquilo que fazemos no nosso dia-a-dia, temos sempre consciência de que queremos conseguir, ter, ver ou chegar a algo.
Provavelmente, são os objectivos aos quais nos sujeitamos que fazem de nós pessoas ambiciosas, lutadoras e realizadas. Em contrapartida, tornamo-nos também mais donos do nosso próprio umbigo, mais antropocêntricos, mais egoístas e exageradamente menos observadores.
Desta forma, hoje quero ser fútil por todas as razões e mais algumas, sorrir sem me preocupar com o motivo pelo qual sorrio, ver o mundo sem ter de olhar constantemente para o relógio, estar num sítio que nada me diz, comprar algo apenas porque sim, ser a personagem que ninguém quer ser e parecer dona de coisa nenhuma. Agora não quero ser prisioneira, não quero ser controlada, não quero que me sigam e não quero simplesmente pensar.
Não ambiciono ser nada nem ser alguém, querendo exclusivamente ser eu: inútil, pouco inteligente, sem rumo algum, perdida, desafortunada, observadora até, mas feliz e no fundo livre. O cenário parece-me inimaginável, louco, obscuro, mas bem assente no auge da perfeição.
Provavelmente, são os objectivos aos quais nos sujeitamos que fazem de nós pessoas ambiciosas, lutadoras e realizadas. Em contrapartida, tornamo-nos também mais donos do nosso próprio umbigo, mais antropocêntricos, mais egoístas e exageradamente menos observadores.
Desta forma, hoje quero ser fútil por todas as razões e mais algumas, sorrir sem me preocupar com o motivo pelo qual sorrio, ver o mundo sem ter de olhar constantemente para o relógio, estar num sítio que nada me diz, comprar algo apenas porque sim, ser a personagem que ninguém quer ser e parecer dona de coisa nenhuma. Agora não quero ser prisioneira, não quero ser controlada, não quero que me sigam e não quero simplesmente pensar.
Não ambiciono ser nada nem ser alguém, querendo exclusivamente ser eu: inútil, pouco inteligente, sem rumo algum, perdida, desafortunada, observadora até, mas feliz e no fundo livre. O cenário parece-me inimaginável, louco, obscuro, mas bem assente no auge da perfeição.
A todos aqueles que desejam ser inúteis simplesmente para não serem mais coisa alguma. E isto, porque há doidos para tudo.
Comentários
Beijinhos
"para o abaixamento dos impostos" depois eu é que tiro os 11 a português que injustiça xD estou a brincar :)
Olha tens alguma coisa contra os Pearl Jam? --' vê lá
O suspeito do costume