Dezassete (2)
Por vezes, volto à minha infância, como que de uma viagem no tempo se tratasse. Encontro pessoas, lugares, vozes, cheiros, momentos inquestionavelmente marcantes. Em todas estas caminhadas, lembro-me de uma menina, uma loirinha com uns totós muito engraçados que teimava em dar nas vistas não só pela sua beleza, mas também pelos seus enormes sorrisos. Mas não paro, sigo em frente sem poder olhar de novo para trás. É nesse futuro já passado que encontro relações, fortes relações por sinal, relações sustentadas pelo carinho, pela ternura e pela delicadeza característicos das crianças. A menina loirinha também cresceu, passando assim a distribuir sorrisos especiais, sorrisos para aqueles a quem carinhosamente chamava amigos.
O vento leva-me para mais longe, para anos um pouco mais longínquos, sem que eu o possa impedir. Vejo agora o amor, a compaixão, a entreajuda, a partilha, a disponibilidade; vejo agora aquilo a que chamaria de "amizade" se gostasse da palavra; vejo agora um grupo de pessoas que fortalece a relação que os une, a cada dia que passa. Mas lá está ela novamente, a menina loirinha que agora se tornou mulher, aquela que já transbordou inocência mas que agora insiste em fazer novas descobertas.
Após esta delicada viagem, reflicto, reflicto e chego à conclusão de que o vento apenas me trouxe para onde eu devo estar, trouxe-me para onde ele sabe que a minha felicidade é maior, trouxe-me para mais perto de ti. Apesar de o negar por brincadeira, em cada uma das vezes que me questionas, tu sabes o quanto és importante, não só para mim, mas também para todos aqueles que pertencem ao nosso grupo de amigos. Tu sabes que poderíamos sim viver sem ti, mas aí a nossa vida não seria a mesma coisa, jamais seria tão satisfatória como é.
É então chegado o momento de agradecer a quem quer que seja por estares presente na minha vida, de agradecer por todos aqueles momentos em que me ouviste, de agradecer por todos aqueles momentos em que me fizeste sorrir. É então chegado o momento de te dizer que és uma das maninhas que eu nunca tive, uma das maninhas que eu odiarei ver chorar. Desta forma, por todos os motivos e mais alguns, os sorrisos abraçam-me ao celebrar este dia contigo, apenas por perceber que cresceste, que cresceste e que me fazes sentir verdadeiramente orgulhosa por tudo aquilo que és e por tudo aquilo que representas.
Parabéns Joaninha!
Comentários
beijinho joana azevedo